Cantora Meia Lua lança no EP no Teatro do Paiol

 


A cantora, compositora, percussionista, capoeirista e atriz paranaense Meia Lua lança, nesta quarta-feira (7), no palco do Teatro Paiol, o show de lançamento de seu primeiro trabalho autoral, o EP Meia Lua – Simetria, em que celebra a força da mulher negra, musicista e agente das culturas tradicionais. A apresentação gratuita acontece a partir das 20 horas. “Depois de mais de 35 anos de caminhada na arte, na educação e na resistência, subo ao palco com um repertório que nasce da minha história e da nossa ancestralidade”, destaca a multiartista.

Em Meia Lua – Simetria, ela se debruça sobre seu repertório do samba-canção, bossa nova, rock, baião/maracatu e partido alto em cinco faixas, que mostram algumas das facetas da compositora. O projeto Simetria também vai oferecer três videoclipes, que serão disponibilizados nas redes sociais da artista, além da oficina com o tema O Contexto da Mulher nas Rodas de Samba, com pocket show e bate-papo, que acontecem no dia 25 de maio, na Casa Ará Espaço Cultural. “A oficina dará a contextualização do samba no Brasil e no mundo, a presença feminina que chega com força nas rodas de samba, principalmente em Curitiba e, claro, sobre a baixa autoestima de algumas mulheres que ainda não desabrocharam para as delícias das rodas que também nos pertencem por direito”, revela.

Com uma extensa caminhada nas artes da capital paranaense ao longo de mais de três décadas, Lua é presença certa em rodas de choro e de samba de Curitiba e Região Metropolitana. Ela esperou um longo tempo até o lançamento do primeiro EP autoral. “Justamente pela falta de oportunidade que a mulher negra ainda enfrenta, mesmo com todo empoderamento afrobrasileiro. Mas, agora, aí estão os editais de leis de incentivo colocando a mulher negra, também, onde ela quiser”, afirma. “Este projeto sempre esteve dentro de mim, e apesar de ainda não ter conseguido realizar o sonho de um álbum completo, estou muito feliz em poder levar a minha arte musical às pessoas, pois com certeza é o melhor de mim. Nesse EP, faço um passeio por variados gêneros musicais e por toda minha ancestralidade negra, que resgata e transforma toda uma sociedade”, completa.

Lua nasceu em Cianorte, filha de um casal de multiartistas mineiros, contadores de “causos” e mestres de cultura tradicional. O pai, Vitor – cantor, compositor, trovador, mestre de Folia de Reis e congadas – e a mãe, Laura – cantora, brincante, lavadeira de Maré –, alimentaram a base cultural da menina que cresceu em meio à música, à dança, ao teatro de rua e as artes circenses. A familiaridade com a construção de instrumentos musicais completa a formação orgânica da artista, que faz de suas heranças culturais um amálgama para sua personalidade que começou a ser formado antes ainda do berço, já na barriga da mãe.

Não por acaso, Lua começou a escrever ainda criança os hai-kais e poesias que se tornariam suas composições musicais. O nome artístico vem da capoeira, a arte da ginga que ela pratica há mais de três décadas. “Minha musicalidade sempre esteve organicamente em mim. As brincadeiras de minha infância sempre foram musicais/teatrais e a frase do meu pai sempre foi respeitada: ‘Bora pra rua, que a rua é nossa’. Quando pai? ‘Agora, que amanhã pode ser tarde’. A rua sempre foi palco pros maracatus, Folias de Reis, reisados, samba de roda e congadas”, lembra, citando o pai, que criou seu próprio cavaquinho “e todas as percussões possíveis, que foram nossos brinquedos de criança”.

O projeto é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura Municipal de Curitiba. Incentivo: Ebanx.


Serviço:

Lançamento do EP Meia Lua – Simetria

Teatro do Paiol (Praça Guido Viaro, s/nº – Prado Velho)

Dia 7 de maio (quarta-feira), às 20h.

Entrada franca. Ingressos podem ser retirados em https://pixta.me/u/meia-lua-simetria-teatro-paiol


Crédito da foto: Nina Zambiassi