Lançado há mais de 30 anos, Jurassic
Park, de Steven Spielberg, impressionou plateias com um mundo espetacular – criado
a partir do livro homônimo de Michael Crichton –, no qual os dinossauros voltavam
à vida em um parque temático, em uma história que aliava muita aventura e
terror. Seguiram-se duas boas sequências e, como a roda do dinheiro tem que
girar na indústria de cinema norte-americano, realizou-se uma nova e irregular
trilogia a partir de 2015, batizada de Jurassic World e encerrada em 2022 com o
fraco Jurassic World – Domínio.
Na história de Recomeço, as
pessoas não se impressionam mais com os dinossauros. Alguns deles se espalharam
pelo globo e causam alguns problemas quando fogem do zoológico, como um engarrafamento
em plena Nova York. É em confusão dessas que acontece o encontro entre Martin
Krebs (Rupert Friend, de O Esquema Fenício), um representante da indústria
farmacêutica, e Zora Bennett, personagem de Johansson. Ele propõe que a mercenária lidere uma missão para encontrar dinos em uma ilha na Linha do
Equador, um último retiro dos animais pré-históricos usados em fracassadas experiências
genéticas. O objetivo é coletar amostras de sangue de espécimes diferentes modificados
– do ar, da terra e do mar. Com elas, a empresa farmacêutica pretende criar
medicamentos que prolonguem a vida de quem tem problemas cardíacos, e claro,
lucrar muito com isso.
Por muito dinheiro, Zora
forma sua equipe e todos partem para a missão ao lado de Krebs e de um especialista
que ele também contratou, o paleontólogo Henry Loomis (Jonathan Bailey, de
Wicked). Ainda há outro núcleo de personagens que logo se juntará aos
principais, formado por um pai que leva duas filhas – e o namorado folgado de
uma delas – para velejar na região próxima à ilha dos dinos.
O que se segue é o resultado de
um roteiro preguiçoso e pouco inspirado de David Koepp, responsável pelo
Jurassic Park original. Estão lá os personagens secundários que invariavelmente
vão ser devorados pelos grandes animais, assim como o vilão. Há a família que
precisa ser salva e a criança que vai criar laços com um pequeno dino agradável
(certamente para vender bonecos). E Scarlett e Mahershala não podem fazer muito
com seus personagens pouco desenvolvidos.
O diretor Edwards não
consegue criar grandes sequências de ação que empolguem o espectador, ainda que
acerte um pouco no clima de terror, como no encontro da família com o
aterrorizante marinho mosassauro, que remete a cenas do clássico Tubarão. Os
bichos gigantes ainda impressionam, mas não há grandes novidades. Ao final,
Recomeço ganha fácil o posto de pior filme da franquia e, em vez de novo start,
pode ser mesmo sua pá de cal. Cotação: Ruim.
Trailer de Jurassic World –
Recomeço:
Crédito da foto:
Divulgação/Universal Pictures Brasil