Better Man destaca visão única de Robbie Williams – FILMES, por Rudney Flores

 


 As cinebiografias de estrelas da música voltaram com força nos últimos anos. Depois do sucesso de Bohemian Rhapsody, sobre Freddie Mercury e o Queen, vencedor de quatro Oscars, foram lançados o ótimo Rocketman (Elton John) e o fracos Back to Black (Amy Winehouse) e Bob Marley – One Love. A nova produção do gênero é Better Man – A História de Robbie Williams, que estreia nesta quinta-feira (13) nos cinemas do Brasil.

A biopic do astro pop inglês é dirigida por Michael Gracey (O Rei do Show), que traz um trunfo em relação aos outros filmes da mesma categoria. O protagonista não é interpretado por um ator, mas por um chimpanzé criado por CGI e a captura de movimentos do ator Jonno Davies (Kingsman – Serviço Secreto) quando adulto – a versão criança tem capturas do jovem Carter J. Murphy. O diretor teve a ideia baseado em brincadeiras de Williams, que sempre dizia que parece um macaco quando dança.

O próprio Robbie é o narrador do filme, que começa mostrando sua infância em um bairro pobre de Londres. Seus sonhos de brilhar vêm desde pequeno e são relacionados ao pai, um cantor amador fascinado por Frank Sinatra, a quem também admira. O jovem Robbie já demonstra talento e cara de pau desde as peças do colégio, e consegue entrar em uma boy band chamada Take That ainda aos 16 anos.

A partir daí, segue-se a trajetória de uma estrela pop, com os altos e baixos da carreira, mas contados de uma maneira aberta, sem filtros. Para quem não o conhece, vale lembrar que Robbie Williams iniciou com o Take That e depois atingiu maior sucesso, superando o grupo como artista solo e sendo idolatrado principalmente no Reino Unido – mas com milhões de fãs também ao redor do mundo, com exceção dos Estados Unidos, onde nunca estourou.

O filme de Gracey, que também assina o roteiro ao lado de Simon Gleeson e Oliver Cole, destaca os complicados relacionamentos de Williams com a própria banda e seu tirano empresário Nigel Smith (Damon Herriman), e com a namorada Nicole Appleton (Raechelle Banno), do grupo feminino All Saints – e que depois se casaria com outro astro, o roqueiro Liam Gallagher, vocalista do Oasis. São mostrados também os problemas com drogas e álcool, tão comuns às estrelas do mundo artístico.

E tudo fica mais fluído exatamente pela inteligente sacada da escolha do chimpanzé para destacar o personagem central. Inicialmente estranho e um pouco excêntrico, o quase avatar símio vai se tornando uma presença marcante na tela e fica difícil imaginar que um ator de verdade poderia superá-lo como uma representação melhor do cantor britânico.

Better Man constrói um belo retrato dos percalços da fama e do mundo das celebridades. Mas também representa uma espécie de acerto de contas de Robbie Williams com sua própria persona – em vários momentos da produção, seus fantasmas e inseguranças são mostrados por olhares inquisidores e mordazes de outras versões de si mesmo – e com as pessoas que estiveram as últimas três décadas ao seu redor. E o melhor é que não há arrependimentos ou sentimentalismos baratos. Cotação: Ótimo.

 

Trailer de Better Man – A História de Robbie Williams:

 


 

Crédito da foto: Divulgação Diamond Films Brasil