A biopic do astro pop inglês
é dirigida por Michael Gracey (O Rei do Show), que traz um trunfo em relação aos
outros filmes da mesma categoria. O protagonista não é interpretado por um ator, mas
por um chimpanzé criado por CGI e a captura de movimentos do ator Jonno Davies (Kingsman
– Serviço Secreto) quando adulto – a versão criança tem capturas do jovem Carter
J. Murphy. O diretor teve a ideia baseado em brincadeiras de Williams, que sempre
dizia que parece um macaco quando dança.
O próprio Robbie é o narrador
do filme, que começa mostrando sua infância em um bairro pobre de Londres. Seus
sonhos de brilhar vêm desde pequeno e são relacionados ao pai, um cantor amador
fascinado por Frank Sinatra, a quem também admira. O jovem Robbie já demonstra
talento e cara de pau desde as peças do colégio, e consegue entrar em uma boy
band chamada Take That ainda aos 16 anos.
A partir daí, segue-se a
trajetória de uma estrela pop, com os altos e baixos da carreira, mas contados
de uma maneira aberta, sem filtros. Para quem não o conhece, vale lembrar que
Robbie Williams iniciou com o Take That e depois atingiu maior sucesso,
superando o grupo como artista solo e sendo idolatrado principalmente no Reino
Unido – mas com milhões de fãs também ao redor do mundo, com exceção dos
Estados Unidos, onde nunca estourou.
O filme de Gracey, que também
assina o roteiro ao lado de Simon Gleeson e Oliver Cole, destaca os complicados
relacionamentos de Williams com a própria banda e seu tirano empresário Nigel Smith
(Damon Herriman), e com a namorada Nicole Appleton (Raechelle Banno), do grupo
feminino All Saints – e que depois se casaria com outro astro, o roqueiro Liam
Gallagher, vocalista do Oasis. São mostrados também os problemas com drogas e álcool,
tão comuns às estrelas do mundo artístico.
E tudo fica mais fluído
exatamente pela inteligente sacada da escolha do chimpanzé para destacar o personagem
central. Inicialmente estranho e um pouco excêntrico, o quase avatar símio vai
se tornando uma presença marcante na tela e fica difícil imaginar que um ator
de verdade poderia superá-lo como uma representação melhor do cantor britânico.
Better Man constrói um belo
retrato dos percalços da fama e do mundo das celebridades. Mas também representa
uma espécie de acerto de contas de Robbie Williams com sua própria persona – em
vários momentos da produção, seus fantasmas e inseguranças são mostrados por
olhares inquisidores e mordazes de outras versões de si mesmo – e com as
pessoas que estiveram as últimas três décadas ao seu redor. E o melhor é que não
há arrependimentos ou sentimentalismos baratos. Cotação: Ótimo.
Trailer de Better Man – A História
de Robbie Williams:
Crédito da foto: Divulgação
Diamond Films Brasil

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