A produção é da badalada A24 –
responsável por títulos vencedores das cobiçadas estatuetas douradas, como Tudo em
Todo Lugar ao Mesmo Tempo, O Brutalista, Zona de Interesse e tantos outros
também premiados e elogiados – e conta com um time de nomes conhecidos de
Hollywood no elenco principal: Dakota Johnson (da franquia 50 Tons), Chris
Evans (o Capitão América dos filmes da Marvel) e o onipresente Pedro Pascal (em
cartaz atualmente com Quarteto Fantástico – Primeiros Passos).
A história é centrada em Lucy
(Johnson), uma casamenteira de uma empresa de Nova York, com muito sucesso em
seu trabalho de juntar casais – ela celebra a nona união quando se inicia a
trama; vale destacar que a diretora teve o mesmo emprego por um breve tempo na
big apple, experiência que utilizou na escrita do roteiro.
Em tempos modernos dos
encontros via aplicativos, alguns ainda buscam serviços mais especializados – aqueles
que têm um bom dinheiro para investir nisso – para encontrar o par perfeito.
Mas, confirmando o título original do filme – apenas Materialistas – e também a
época atual, suas exigências sobre o futuro parceiro/a passam longe do romance
e são focadas em características principalmente físicas – boa altura e ter cabelo
são positivos no caso dos homens, e baixo peso e ser mais nova no caso das
mulheres – e também econômicas – é essencial que o homem tenha um bom salário.
Lucy lida com todos os
clientes de maneira muita prática e racional – até muito bem depois de alguns dos vários absurdos que ouve –, o que vale para sua vida também, na qual não
esconde que só casaria com um marido muito rico. Na festa do recente casamento,
ela conhece Harry (Pascal), o irmão do noivo, definido como um unicórnio, raro por
reunir todas as características desejadas pelas mulheres que pretendem se casar:
boa aparência, alto, culto e rico. De início, a casamenteira vê nele um
potencial cliente, mas o charmoso Harry começa a fazer a corte e deseja
namorá-la, apesar das tentativas de Lucy de dissuadi-lo. No mesmo evento, ela também
encontra John (Evans), seu antigo namorado, um ator que ainda não deslanchou na
carreira, que trabalha como garçom em festas e mal consegue pagar as suas contas
em uma das cidades mais caras dos Estados Unidos, formando o triângulo amoroso
do filme.
Vendido pela produtora como
uma comédia romântica nos trailers, Amores Materialistas passa longe disso,
podendo decepcionar os apreciadores do gênero. A trama começa como um romance
leve e irá pender para o drama depois uma virada inesperada do roteiro, que
fará Lucy repensar a carreira e a própria vida.
Song traz temáticas bem
atuais, apesar de algumas serem mais específicas do universo nova-iorquino ou
norte-americano. Mas o filme não engrena, chegando a ser monótono em alguns
momentos, com resoluções insossas dos conflitos. Para completar, os personagens
são pouco desenvolvidos, e não evoluem muito durante a trama. A cineasta quis ser mais direta nos temas,
distanciando-se da sensibilidade apresentada em Vidas Passadas. Vale conferir
como será em seu próximo trabalho.
Em tempo, é interessante
notar como o cigarro voltou com tudo como forte objeto cênico nos anos 2010/20 –
como sempre foi até meados dos anos 1990, quando foi quase banido das produções
por um bom tempo, só aparecendo na boca de vilões –, com parceiros
compartilhando tragadas sem culpas em cenas de interesse romântico ou mesmo em um simples bate-papo. Amores Materialistas tem algumas cenas assim, o que não o
desabona em nada, pois na vida real muitas pessoas fumam, apenas uma constatação
de que a indústria do cigarro venceu essa batalha depois de anos. Cotação:
Regular.
Trailer de Amores
Materialistas:
Crédito da foto: Divulgação
Sony Pictures Brasil