Lançado em 2021, o filme
original, dirigido pelo russo Ilya Naishuller, só chegou ao Brasil dois anos
depois, via streaming, apresentando um personagem central com uma vida
estagnada, tanto na família – formada pela esposa Becca (Connie Nielsen, da
franquia Gladiador) e os filhos Brady (Gage Munroe) e Sammy (Paisley Cadorath) –
quanto no trabalho.
Parecendo inicialmente pacato
e até covarde, ele mostra sua verdadeira face ao se meter com gente barra
pesada liderada por um russo mafioso. Hutch revela-se um perigoso matador de
alguma agência secreta (governamental ou não, nunca fica claro), eliminando
seus oponentes com muita violência em cenas de ação e lutas que faziam a
história parecer um derivado da franquia John Wick – a relação se mostrou
verdadeira, pois o criador dos dois protagonistas é o mesmo, o roteirista Derek
Kolstad.
Após os acontecimentos de
Anônimo (no original, Nobody, ou seja, ninguém, título que condiz mais com
o personagem, o qual os distribuidores brasileiros decidiram ignorar, vá
entender), Hutch só queria ter uma vida tranquila ao lado da família mas, como
se acompanha no início de Anônimo 2 – comandado agora pelo indonésio Timo
Tjahjanto –, isso não é possível porque o assassino tem que voltar à ativa para
saldar uma dívida derivada da trama anterior.
Vendo que as relações
familiares estão novamente se esgotando, ele consegue uma pausa para tirar
férias com Becca, Brady e Sammy e também o pai David (Christopher Lloyd, o
eterno Doc da série De Volta para o Futuro), personagem que retorna, assim como
seu irmão Harry (o rapper RZA) e o misterioso O Barbeiro (Colin Salmon), uma
espécie de chefe do matador. Os Mansell vão a um parque de diversões em que Hutch
teve um dos melhores momentos de sua infância, ao lado do irmão e do pai. Ele
quer criar novas boas memórias com a mulher e filhos, mas vai acabar
encontrando mais da violência que não consegue separar de sua vida, enfrentando
Lendina, a vilã da vez interpretada por Sharon Stone (de Instinto Selvagem), e
seus diversos capangas.
Kolstad, que dessa vez
escreve o roteiro ao lado de Aaron Rabin (criador da série Jack Ryan), apresenta
novamente uma boa trama rápida e enxuta – assim como o original, o segundo
capítulo tem cerca de 1h30 de duração – e sem muitos espaços para outra coisa
que não sejam cenas de ação na forma de tiros, facadas e muito sangue e
porradas, prato muito bem servido para quem aprecia produções frenéticas com
violência estilizada, à la Tarantino e Chad Stahelski (diretor da franquia John
Wick).
Assim como os também hoje sexagenários
Keanu Reeves e Tom Cruise em suas recentes séries de ação – John Wick e Missão:
Impossível, respectivamente –, Odenkirk segura muito bem a onda nas cenas
físicas de pancadaria e participa de boa parte delas, sem dublês. Connie
Nielsen também se destaca e sua Becca é mais durona e tem mais tempo de tela, apresentando
habilidades não vistas antes com armas, aumentando os mistérios em tornos dos
personagens, já que muita coisa deles ainda não foi explicada – o que significa
a tatuagem de cartas de baralho 7 e 2 no pulso de Hutch, para qual agência realmente
trabalhou, Becca também tem treinamento especial? Ou seja, o caminho está
aberto para a continuação de Anônimo em um terceiro capítulo, ou talvez mais,
pois há muito o que se explorar. Cotação: Bom.
Trailer de Anônimo 2:
Crédito da foto: Divulgação
Universal Pictures Brasil
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