O espetáculo Três Mulheres Altas, estrelado pelas atrizes Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, tem única apresentação em Curitiba no dia 26 de outubro, às 21 horas, no Teatro Guaíra. A peça é dirigida por Fernando Philbert, com texto traduzido por Gustavo Pinheiro e produção da WB Entretenimento, sendo apresentada pela Bradesco Seguros, através da Lei Rouanet. Os ingressos estão à venda pelo Disk Ingressos.
Lançada por Edward Albee (1928-2016) em 1994, Três Mulheres Altas logo se tornou um clássico da dramaturgia contemporânea. Perversamente engraçada, como é a marca do autor, recebeu o Prêmio Pulitzer no mesmo ano e ganhou bem-sucedidas montagens pelo mundo ao trazer o embate de três mulheres em diferentes fases da vida: juventude, maturidade e velhice.
Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, batizadas por Albee apenas pelas letras A, B e C. A mais velha (Ana Rosa), que já passou dos 90, está doente e embaralha memórias e acontecimentos, enquanto repassa a sua vida para a personagem B (Helena Ranaldi), apresentada como uma espécie de cuidadora ou dama de companhia. A mais jovem, C (Fernanda Nobre), é uma advogada responsável por administrar os bens e recursos da idosa, que não consegue mais lidar com as questões financeiras e burocráticas.
Entre os muitos embates travados pelas personagens, a grande protagonista do espetáculo é a passagem do tempo e também a forma com que as pessoas lidam com o envelhecimento. “O texto do Albee nos faz refletir sobre qual é a melhor fase da vida, além de questões sobre o olhar da juventude para a velhice, sobre a pessoa de 50 anos que também já acha que sabe tudo e, fundamentalmente, sobre o que nós fazemos com o tempo que nos resta. Apesar dos temas profundos, a peça é uma comédia em que rimos de nós mesmos’, diz Philbert.
A última e até então única encenação do texto no Brasil foi realizada logo após a estreia em Nova York, em 1994, com as atrizes Beatriz Segall, Natália Thimberg e Marisa Orth, e direção de José Possi Neto. Philbert e as atrizes da atual montagem, que está em seu quarto ano em cartaz, acreditam que a nova versão traz uma visão atualizada, com todas as mudanças comportamentais e políticas que aconteceram no mundo de lá para cá, especialmente nas questões femininas, presentes durante os dois atos da peça. Sexo, casamento, desejo, pressões e machismo são temas que aparecem nos diálogos e comprovam a extrema atualidade do texto de Albee.
Clássico instantâneo
Escrita em 1991 e lançada em 1994, Três Mulheres Altas representou uma virada na trajetória de Edward Albee, que recebeu as suas melhores críticas e viu renascer o interesse por sua obra. Aos 60 anos, ele ganhou o terceiro Prêmio Pulitzer, além de dois Tony Awards e uma série de outros troféus em premiações mundo afora.
A peça tem características autobiográficas e foi escrita pouquíssimo tempo depois da morte da mãe adotiva do autor, que teria inspirado a personagem mais velha. Após abandoná-la aos 18 anos, Albee voltou a ter contato com a mãe em seus últimos dias, quando já estava doente de Alzheimer. No entanto, alguns especialistas em sua obra defendem que a peça não pode ser reduzida a este fato.
Três Mulheres Altas vai além de ser um retrato de sua mãe. O texto traz o olhar mordaz e perverso – por que não dizer cômico – de Albee para a classe média alta americana e toda a sua hipocrisia, ao falar sobre status, sucesso, sexo e abordar a visão preconceituosa da sociedade e as relações que as três mulheres travam com o mundo, sempre atravessadas pelo filtro machista.
Serviço:
Três Mulheres Altas
Teatro Guaíra (Praça Santos Andrade, s/nº – Centro)
Dia 26 de outubro, às 21h.
Ingressos: a partir de R$ 25 + taxas, à venda em www.diskingressos.com.br/event/874 e na bilheteria do teatro
Classificação indicativa: 14 anos
Crédito da foto: Pino Gomes
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