Escritor clássico da literatura mundial, o francês Alexandre Dumas retorna às telas com uma nova adaptação de O Conde de Monte Cristo. A superprodução totalmente francesa, que estreia nesta quinta-feira (5) nos cinemas do Brasil, tem direção da dupla Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte, que também assinam o roteiro do trabalho – eles também são responsáveis pelos textos de Os Três Mosqueteiros – D’Artagnan e Os Três Mosqueteiros – Milady, duas recentes adaptações também francesas de sucesso de outra obra famosa de Dumas.
A conhecida história do Conde
de Monte Cristo – já bem adaptada em um filme hollywoodiano homônimo de 2002,
com Jim Caviezel e Guy Pearce –, ambientada no início do século 19, tem como
personagem central Edmond Dantès (Pierre Niney, de Frantz e Caixa Preta), um jovem
marinheiro que acaba ganhando o posto de capitão da embarcação na qual
trabalha, após um ato heroico. Filho de um serviçal da nobre família Morcef,
ele revela seu amor por Mercédès Herrera (Anaïs Demoustier, de Os Amores Dela),
com quem marca casamento, o que desperta ciúmes e desagrada o amigo rico Fernand
de Morcef (Bastien Bouillon) – e que secretamente vira seu desafeto, assim como
Danglars (Patrick Mille), o capitão preterido com a promoção de Dantès.
Essa dupla e o promotor Gérard
de Villefort (Laurent Lafitte, de Elle) serão os responsáveis pela prisão de
Edmont antes de seu casamento, acusado injustamente de alta traição à França,
por ligação com o exilado Napoleão Bonaparte. Mandado para uma ilha-prisão, lá
ele conhecerá o Abade Faria (Pierfrancesco Favino, de O Traidor), que lhe
ensinará diversas coisas, de como se portar na alta nobreza a línguas
estrangeiras, e revelará o esconderijo de um grande tesouro, o qual irá
conquistar e usará para realizar seu plano de vingança contra os responsáveis
por sua prisão, após mais de uma década de reclusão. Recrutados por Dantès e
com a mesma causa, os jovens Haydée (Anamaria Vartolomei) e Andréa (Julien De
Saint Jean) participarão ativamente de suas ações, quando ele retorna a Paris
como o rico Conde de Monte Cristo.
Patellière e Delaporte
constroem um melodrama competente, que abarca cerca 20 anos na história dos
personagens, adaptando muito bem a obra de Dumas e as intrincadas tramas de
vingança que criou para o novo conde, o qual vai se infiltrando cada vez mais na
alta sociedade francesa, conquistando com seu poder monetário aqueles que
receberão seu devido troco. A trama bem amarrada vai envolvendo o espectador, e
a maioria possivelmente não vai sentir o peso das quase três horas de duração
do épico.
Além das boas atuações do elenco
principal, com destaque maior para Niney, à altura do protagonista, O Conde de
Monte Cristo impressiona pela suntuosidade da produção, com bela reconstituição
de época, de figurinos a ambientações. A ação se concentra nos salões, nos
pequenos detalhes da vingança de Dantès, mas não deixa de reservar um espaço
para um tradicional combate com espadas, que encerra com brilho a produção.
Cotação: Ótimo.
Trailer de O Conde de Monte
Cristo:
Crédito da foto: Divulgação
Paris Filmes