Neste domingo (24), a partir das 17 horas, o Basement Cultural recebe o Baile Espacial: Uma Noite Afrofuturista, um evento com entrada gratuita que celebra o funk, o rap e a cultura afro-brasileira periférica com uma ampla programação com diferentes nomes da cena. Levando o tema Afrofuturismo, a festa conta com elementos futuristas em várias frentes, como na cenografia, maquiagem, performances, figurino e também na musicalidade.
Entre as atrações musicais está o multiartista Arkthur, com show de estreia do álbum Tecnologia da Alma. A apresentação contará com participações especiais, entre artistas negros do Paraná, Pará e de São Paulo, com representatividade de pessoas trans, PCDs e nortistas, trazendo diferentes perspectivas sobre o que é ser negro no Brasil.
Composto por dez faixas autorais, Tecnologia da Alma traz uma jornada nas profundezas da cultura periférica negra e da luta por espaço, identidade e reconhecimento, com letras que trazem reivindicações referentes à ausência de reparação histórica e a urgência de ações reparadoras, assim como a miscigenação e o embranquecimento. O álbum, que foi concebido com o produtor, diretor musical e multi-instrumentista Gabriel Muller, pela Quintal Produções, já está disponÃvel nas principais plataformas digitais de áudio.
O projeto Baile Espacial: Uma Noite Afrofuturista foi idealizado por Arkthur com Celine Liris, artista multilinguagem que explora em suas pesquisas os arquétipos da mitologia iorubá em confluência com os arquétipos do tarot e o afrofuturismo. “O figurino do show pretende construir seres favelados/cibernéticos, traçando um paralelo filosófico sobre a perspectiva transcendental dos personagens, com caracterizações que contam com sÃmbolos que remetem aos orixás. Esses personagens são figuras do futuro, homotechnosapiens, formados por parte humana, parte alienÃgena e parte ciborgue, que viajam entre dimensões e buscam a cura do universo e a integração com o todo”, destaca Arkthur.
O cenário do evento levará o público a uma viagem afrofuturista por meio de referências da favela, da tecnologia e da ancestralidade afro-brasileira. “A estética do espetáculo é marcada pela ressignificação de materiais periféricos, criando um espaço que remete aos terreiros, aos orixás e à resistência negra. O palco se transforma em um portal entre dimensões, em que seres futuristas conduzem uma jornada de cura, memória e reconstrução do futuro”, revela Celine.
Apresentações
O line-up do Baile Espacial reúne artistas de diferentes lugares do Brasil, com apresentação da mestre de cerimônias Pretha Almeida, multiartista e comunicadora. A musicalidade se inicia à s 17h30, com discotecagem do DJ Quixote, de São Paulo, conhecido por suas alquimias sonoras. Às 18h45, quem sobe ao palco é o Sumano, vindo diretamente de Igarapé-MirÃ, interior do Pará. Ele, que lançou seu primeiro single em 2020, apresentou o seu primeiro álbum Nortes, em 2023.
Às 19h30, quem se apresenta é Ruth Clark, rapper paraense que destaca a territorialidade complexa de Belém e a força e a poesia do movimento negro, feminino e periférico, com uma fusão única do rap, trap, jazz alternativa e o funk, com letras conscientes que falam de afeto e vivências de uma mulher afroamazônida, que se preocupa com gerações futuras. As apresentações de Sumano e Ruth Clark serão conduzidas pela DJ Júlia Mayra, artista paraense que vem ganhando cada vez mais destaque em Curitiba, como com a festa Fui Pará!.
Às 20h30, é a vez do artista paranaense Alahri’n, que traz faixas exclusivas do álbum inédito Rimas para Adultos – Vol I, a ser lançado em breve, que narra a trajetória de um homem preto que, sem referências paternas, precisou construir sozinho seu caminho de afeto, presença e responsabilidade. O disco combina crÃtica social, espiritualidade, amor e famÃlia, abordando ainda a solidão masculina preta, a paternidade como ruptura de ciclos, violências do cotidiano e a luta por dignidade.
Às 21h15, o produtor musical Gabriel Muller e o percussionista Juliano Cordeiro apresentam Arkthur e o show Tecnologia da Alma, e participações de Sumano, Ruth Clark, Alahri’n e Quixote. A cantora Kimera, que é idealizadora e regente do primeiro coral formado exclusivamente por pessoas trans em Curitiba e atua como uma voz importante na luta contra a cisnormatividade na música, também participa, assim como o rapper e produtor angolano Fresh.
Encerrando o evento, à s 22h05, apresenta-se a DJ Vane MRQS, que combina em seus sets as raÃzes da cultura afro-brasileira com a atualidade da música eletrônica no Brasil, reunindo elementos do afrobeat, amapiano, funk e suas vertentes. O show contará com a performance de Majo Farias, multiartista e bailarina trans que movimenta a cena do Vogue e Ballroom em Curitiba..
O projeto foi realizado com recursos do programa de apoio e incentivo à cultura – Fundação Cultural de Curitiba/Prefeitura Municipal de Curitiba e Ministério da Cultura/Governo Federal.
Serviço:
Festa Baile Espacial
Basement Cultural (Rua Des. Benvindo Valente, 260 – São Francisco)
Dia 24 de agosto (domingo), das 17h às 0h30.
Classificação indicativa: 12 anos
Entrada gratuita.
Programação
17h: Abertura da casa
17h30: DJ Quixote
18h45: Show Sumano
19h05: DJ Quixote
19h30: Show Ruth Clark MC
19h50: DJ Quixote
20h15: Show Alahri’n
20h35: DJ Quixote
21h15: Show Tecnologia da Alma, com Arkthur
22h05: DJ Vane MRQS + performance Majo Farias
0h30: Encerramento
Crédito da foto: Divulgação
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