Vale lembrar que as duas
produções são baseadas no premiado musical homônimo da Broadway, que por sua
vez é uma adaptação do livro Wicked – A História Não Contada das Bruxas de Oz.
A obra foi lançada em 1995 pelo escritor Gregory Maguire, que trouxe uma nova
visão para O Mágico de Oz, clássico da literatura infantil de L. Frank Baum.
No capítulo inicial, o
público conhece o início da amizade de Elphaba e Glinda, que vão estudar na
Universidade Shiz, a escola de magia de Oz, comandada pela poderosa Madame
Morrible (Michelle Yeoh, Oscar de melhor atriz por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo
Tempo). A dupla vive grandes aventuras, e até divide uma paixão por Fiyero (Jonathan
Bailey, da série Bridgerton). Tudo muda quando Elphaba descobre que o Mágico de
Oz (Jeff Goldblum, das franquias Jurassic Park), adorado pelo povo local, é na
verdade uma grande fraude.
Wicked – Parte 2 tem início
com Elphaba, agora a Bruxa Má do Oeste, cumprindo sua promessa de fazer de tudo
para desmascarar o Mágico de Oz. Mas sua tarefa é dificultada pela Madame
Morrible e pelo Mágico, que criam uma campanha poderosa de desinformação e continuam
enganando o povo de Oz, fazendo com que Elphaba se torne o maior de seus medos.
A dupla conta ainda com o apoio de Glinda, que passa ser a Bruxa Boa. As
personagens centrais vão acabar se desentendendo e tomando caminhos diferentes
para lidar com os vilões da história.
Seguindo o material original
do musical, o novo filme traz metáforas políticas de opressão mais claras, que
têm paralelos em um mundo atual que vê uma nova ascensão da extrema direita, notadamente
na América de Donald Trump, apesar de a produção ter sido filmada antes do
presidente norte-americano voltar ao poder – canções que têm como tema Elphaba tentando
convencer os animais a reagir, e também do Mágico sobre as pessoas acreditando
em mentiras por sua própria escolha, ilustram bem essa temática.
A história ainda é bem
centrada nas protagonistas, deixando novamente pouco espaço para desenvolver os
demais personagens, mas tem como lado positivo um maior protagonismo de Glinda,
que evolui e deixa de ser apenas a moça quase infantil adorada por todos. Ainda
há espaço para as aparições dos personagens clássicos de O Mágico de Oz –
Dorothy, Totó, o Leão Covarde, o Espantalho e o Homem de Lata, este último com
maior destaque.
Com uma trama mais pesada, o
visual da nova produção também é bem mais sombrio, distante da primeira parte, e
algumas sequências musicais não são tão impactantes. Mas Cynthia Erivo e Ariana
Grande seguem com ótimas interpretações – depois de ambas serem indicadas ao Oscar
pela Parte 1, a dupla é candidata outra vez a novas indicações. Mais curto, com
“apenas” 2h18 – contra as 2h40 do capítulo inicial –, Wicked – Parte 2 é mais
conciso, sem excessos, e talvez até mais agradável para quem não é grande fã de
musicais. Cotação: Bom.
Trailer de Wicked – Parte 2:
Crédito da foto: Divulgação/Universal
Pictures Brasil

Redes Sociais