Jennifer Lawrence e Robert Pattinson, dois dos principais atores de sua geração, estrelam o drama Morra, Amor, novo filme da diretora Linney Ramsay (Precisamos Falar Sobre o Kevin), que estreia nesta semana nos cinemas do Brasil. A produção é uma adaptação do romance de estreia homônimo da escritora argentina Ariana Harwicz, que destaca um importante tema recorrente nos últimos em várias áreas: a saúde mental das pessoas.
A história apresenta o casal
Grace (Lawrence, vencedora do Oscar de melhor atriz por O Lado Bom da Vida) e
Jackson (Pattinson, famoso pelo personagem Edward da franquia Crepúsculo e mais
recentemente como o Batman da DC nos cinemas), que vão viver em uma pequena
cidade do interior do estado de Montana, nos Estados Unidos. Eles passam a
residir na velha casa do tio de Jackson, que se matou no local. A escritora Grace
está grávida e logo dá à luz a um menino. Mas, em pouco tempo, começa a
demonstrar um comportamento cada vez mais estranho e perigoso, revelando sinais
bem claros de depressão pós-parto.
Vários motivos também
contribuem para o seu descontrole, fazendo a protagonista entrar em uma espiral
crescente de loucura: a casa isolada em meio a uma floresta, a distância do
marido com suas viagens a trabalho, a diminuição drástica da vida sexual do
casal, o irritante cachorro que Jackson adota, entre muitos outros. Apenas uma
pessoa parece perceber e entender seus problemas, a sogra Pam (Sissy Spacek, de
Carrie, A Estranha e Oscar de melhor atriz por O Destino Mudou sua Vida), que
também sofre pela morte recente do parceiro Harry (Nick Nolte, de Temporada de
Caça), tendo ataques de sonambulismo.
Como em trabalhos anteriores,
Ramsay não facilita para o espectador. Morra, Amor é um filme que incomoda em
muitos aspectos, que tira a audiência de sua área de conforto. A um certo clima
de suspense e terror na trama, que proporciona um ambiente muito claustrofóbico
para a personagem central. A história também vai e vem com alguns flashbacks
aleatórios, e em sua maior parte segue o fluxo de pensamento de Grace, muitas
vezes borrando as barreiras do que é real ou não – notadamente na relação da
protagonista com um motoqueiro misterioso vivido por LaKeith Stanfield (Judas e
o Messias Negro). Mas a diretora ultrapassa alguns limites e, depois de um
tempo, o que incomoda passa mais a irritar pela repetição de ideias, que vão se
arrastando pelas quase duas horas de projeção.
Dessa forma, o que faz o
espectador seguir com o filme é mais uma ótima atuação de Jennifer Lawrence. A atriz –
responsável maior pela produção ao comprar os direitos do livro original para o
cinema, e depois por conseguir o apoio de Martin Scorsese e Linney Ramsay para realizá-la
– entrega uma atuação corajosa e visceral, talvez a melhor de sua premiada
carreira, candidatando-se a mais uma indicação ao Oscar (que seria a quinta).
Pattinson – outra vez
buscando um projeto sério e difícil para se desvencilhar do eterno rótulo do
ídolo adolescente de Crepúsculo, uma sina que parece não ter fim em sua carreira – tem mais uma
atuação competente. Outros destaques são os veteranos Spacek e Nolte, que
brilham em seus breves momentos na tela. No geral, Morra, Amor se torna importante
por sua temática, mas também deve trazer uma dura e incômoda jornada para o espectador
que decidir acompanhá-lo. Cotação: Regular.
Trailer de Morra, Amor:
Crédito da foto:
Divulgação/Paris Filmes

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