A produção é a nona das dez
indicadas a melhor filme a estrear no Brasil antes da premiação do Oscar, que
será realizado no próximo domingo (2/3) – a única a não lançada nas salas do
país é Nickel Boys, que chega exclusivamente no streaming Prime Video também
nesta quinta. Além da categoria principal, Um Completo Desconhecido está
indicado a mais sete Oscars: melhor diretor, ator (Timothée Chalamet), atriz
coadjuvante (Monica Barbaro), ator coadjuvante (Edward Norton), roteiro
adaptado, figurino e som.
A história do filme mostra Dylan
(Chalamet, da franquia Duna e indicado ao Oscar de melhor ator por Me Chame
pelo Seu Nome) desembarcando na Big Apple para visitar seu ídolo, o cantor e
compositor folk Woody Guthrie (Scoot McNairy, de Argo), que está internado
devido a uma doença degenerativa. No hospital, ele conhece o também cantor Pete
Seeger (Norton, de Clube da Luta), para o qual interpreta uma composição sua.
Em pouco tempo, o jovem
artista começa a se apresentar em palcos menores e irá crescer até se tornar o principal
nome do gênero musical norte-americano. Nesse caminho, também vive um triângulo
amoroso com a ativista Sylvie Russo (Elle Fanning, da franquia Malévola) – que representa
Suze Rotolo, namorada de Dylan que aparece com ele na capa do disco The
Freewheelin' Bob Dylan (1963) – e a cantora Joan Baez (Barbaro, de Top Gun –
Maverick).
Apesar de trazer apenas um recorte da trajetória de Bob Dylan – ao contrário do ótimo e inventivo Não Estou Lá, de Todd Haynes, que traz diversas facetas do artista durante sua vida –, Um Completo Desconhecido não foge muito do padrão das cinebiografias, elevando e exaltando o personagem retratado. O Dylan de Mangold – que também assina o roteiro ao lado de Jay Cocks, baseado no livro Dylan Elétrico, de Elijah Ward –, é um gênio que praticamente só pensa em sua música, sua arte, nega a fama quando ela chega e deixa pouco espaço para as mulheres em sua vida, tornando-se bem desagradável em muitos momentos. Dessa forma, depois de ambientar a trama, o cineasta destaca, até o fim do filme, quase uma sequência de “videocliples” de clássicos de Dylan, todos tocados e cantados realmente por Chalamet – Edward Norton e Monica Barbaro também tocam e cantam de verdade na produção.
E Timothée é realmente o
grande destaque de Um Completo Desconhecido e o que faz o filme valer a pena.
Em mais uma daquelas impressionantes atuações imersivas do cinema, o ator impressiona ao emular tudo de Dylan, de seus trejeitos até a voz anasalada, tendo aprendido e
interpretado para a produção cerca de 40 músicas da lenda, entre elas “Highway
61 Revisited”, “Mr. Tambourine Man”, “I Was Young When I Left Home”, “Girl from
de North Country”, “A Hard Rain’s A-Gonna Fall”, Don’t Thing Twice, It’s All
Right”, “Masters of War”, “Blowin’ in the Wind”, “Subterranean Homesick Blues”,
“The Times They Are A-Changin”, “It Ain't Me, Babe”, “Maggie's Farm”, “It Takes
a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry” e “Like a Rolling Stone”, estas todas
incluídas na trilha sonora do filme. Depois de vencer o prêmio de melhor ator
na premiação do SAG (Sindicato dos Atores dos EUA) no último domingo, Chalamet
tornou-se favorito para vencer a mesma categoria do Oscar, tendo como principal
concorrente Adrien Brody, de O Brutalista.
Vale destacar também as ótimas atuações de Norton e Barbaro, ambos indicados como coadjuvantes, mas que,
infelizmente, dificilmente serão reconhecidos pela Academia de Hollywood, já
que suas categorias têm francos favoritos – respectivamente, Kieran Culkin, de
A Verdadeira Dor, e Zoë Saldanha, por Emilia Perez, ambos também vencedores do
SAG 2025; esta dupla nem deveria estar indicada como coadjuvantes, pois são
verdadeiros protagonistas em suas produções, mas as regras do Oscar permitem
que o estúdios escolham em que categoria os atores podem concorrer e, muitas
vezes, eles são direcionados para aquelas em que têm mais condições de vencer.
Cotação: Bom.
Trailer de Um Completo
Desconhecido:
Crédito da foto: 20th Century
Studios Brasil

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